terça-feira, 24 de maio de 2011

O INEFAVEL NOME DE DEUS

Enoque, durante um sonho, foi informado sobre o Verdadeiro Nome de Deus. Esse nome, entretanto, lhe foi proibido de divulgar. E Deus lhe informou também sobre o castigo que iria ser lançado sobre a humanidade pecadora, através do dilúvio. Para que o Inefável Nome de Deus não fosse perdido após a catástrofe, Enoque fez com que esse nome fosse gravado numa pedra triangular, num alfabeto desconhecido, só inteligível aos anjos e a ele próprio. Portanto, ninguém sobre a terra, a não ser o próprio Enoque sabia a verdadeira pronúncia do nome de Deus. 
Antes do dilúvio havia sobre a terra civilizações bastante desenvolvidas em termos de artes e ciências. Para preservar os conhecimentos dessas antigas civilizações, Enoque fez com que vários textos fossem gravados em duas colunas, e em cada uma delas esculpiu o nome sagrado. Uma delas era feira de mármore, a outra fundida em bronze . Ele as colocou em um suntuoso templo que fez construir em um lugar subterrâneo, só dele e de alguns eleitos, conhecidos. Esse templo tinha nove abóbadas, sustentadas por nove arcos. No último arco Enoque mandou gravar o Delta Luminoso, e fez um alçapão onde guardou a pedra com o Inefável Nome de Deus nela gravado.
 
Com o dilúvio, todas as antigas civilizações foram destruídas e seus conhecimentos científicos e artísticos esquecidos. Noé e sua família foram os únicos sobreviventes, mas nada sabiam das antigas ciências. Das colunas gravadas por Enoque, somente a de bronze pode ser recuperada. Nela constava o Verdadeiro Nome de Deus, mas não a forma de pronunciá-lo, pois essa sabedoria estava escrita na coluna de mármore. Asim, essa pronúncia permaneceu desconhecida até que Deus a revelou a Moisés em sua aparição no Monte Sinai. 
Mas Moisés foi proibido de divulgá-la, a não ser ao seu irmão Aarão, que seria, futuramente, principal sacerdote do povo hebreu. Deus prometeu a Moisés, todavia, que mais tarde esse Nome seria recuperado e transmitido a todo o povo de Israel. Isso só aconteceu nos tempos de Shimon Ben Iohai, o codificador da Cabala, mas nem todo o povo de Israel compartilhou dessa sabedoria, uma vez que ela continuou sendo transmitida apenas aos rabinos que atingiam os grus mais altos na chamada Assembléia Sagrada. 
Moisés, no entanto,  mandou que o Nome Inefável, com a pronúncia correta, fosse gravado em uma medalha de ouro e guardado na arca da Santa Aliança juntamente com as tábuas da lei. Dessa forma, o Sumo Sacerdote, em qualquer tempo, poderia compartilhar dessa sabedoria e invocar o Grande Arquiteto do Universo na forma correta.  Mas a Arca da Aliança foi perdida numa batalha que os israelitas travaram contra os sírios. Mas, guardada por leões ferozes, os sírios nunca conseguiram abri-la e mais tarde ela foi recuperada pelos sacerdotes levitas. Durante as batalhas que o povo de Israel travou contra os filisteus pela posse da Palestina, a Arca foi perdida mais uma vez, sendo capturada pelo exército inimigo. Os filisteus, que não sabiam do poder que tinham nas mãos, fundiram a medalha de ouro com o Nome Inefável e a transformaram num ídolo dedicado ao Deus Dagon. Esse foi um dos motivos pelos quais O Grande Arquiteto do Universo instruiu Sansão para que este praticasse seu último ato de força no Templo dos filisteus em Gaza, pois esse era o templo de Dagon. 
De tempos em tempos, Deus comunicava a algum profeta o segredo dessa pronúncia, com a condição de que ele o mantivesse em segredo. Assim, durante longo tempo o Nome Inefável e a forma de pronunciá-lo ficaram ocultos, até que Deus o revelou a Samuel e este o transmitiu aos reis de Israel, Davi e depois a Salomão. 
Após construir o Templo de Jerusalém, (que reproduzia a forma e a estrutura do templo construído por Enoque, inclusive com os nove arcos, onde, no nono se erguia o Altar do Santo dos Santos, no qual a Arca da Aliança estava depositada), Salomão determinou a Adoniran, Stolkin e Joaben a construção de um templo dedicado á Justiça. Estes, após escolher e preparar o terreno, verificaram que aquele era exatamente o lugar onde Enoque havia construído o seu templo. Após demoradas pesquisas e árduos trabalhos escavando as ruínas do antigo templo, descendo a diversos níveis subterrâneos, os mestres destacados por Salomão, sob o comando de Adoniran, descobriram a coluna onde o sagrado Delta estava gravado. 
Dessa forma, o Verdadeiro Nome de Deus foi recuperado e pode ser transmitido ao povo de Israel na sua forma escrita, mas a forma de pronunciá-lo permaneceu desconhecida, pois a coluna de mármore, onde estava essa sabedoria estava inscrita, foi destruída pelo dilúvio. Somente Salomão, o Rei de Tiro e os três mestres que desceram ao subterrâneo detinham esse conhecimento. Com o desaparecimento daqueles personagens, ficou perdida novamente a pronuncia da Palavra Sagrada.. 

As instruções dos graus se referem ás viagens que o iniciando tem que fazer, a exemplo dos três Mestres, para encontrar a Palavra Sagrada. Simbolicamente, para o maçom essas viagens equivalem a uma descida dentro de si mesmo a fim de liberar a luz que existe dentro dele. Aqui temos novamente a evocação, tão cara aos gnósticos e aos alquimistas, da necessidade de encontrar “dentro de si mesmo” aquela energia que faz o homem integrar-se à divindade. 
Pois outra coisa não é a Palavra Perdida. O Inefável Nome de Deus é o principio que libera o espírito de suas amarras materiais e o torna livre para galgar as alturas e penetrar no reino da luz. Essa tradição freqüenta a mística de todas as religiões do mundo, desde o Budismo tibetano até á Cabala, que a desenvolve através da metafísica dos números e suas relações com a divindade.
Com a perda do verdadeiro significado, diz a lenda, foi este substituída pelas iniciais IHVH .que, depois de pronunciada, é coberta com três Palavras Sagradas, três sinais e três palavras de passe; sómente após o cumprimento desse ritual se chega ao Nome Inefável. De acordo com a tradição, os cinco primeiros iniciados no grau de Cavaleiro do Real Arco foram os próprios reis Salomão e Hiram, rei de Tiro, e os três Mestres que descobriram o templo sagrado de Enoque. 

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